O portalegrense José Maria Blanco Miranda foi árbitro durante 27 anos, tendo-se estreado aos 17. A razão que o levou a enveredar pela arbitragem, tal como acontece no caso de muitos árbitros, foi o gosto pelo futebol. Quando era jovem, foi convidado para fazer parte de equipas de arbitragem, na altura como fiscal de linha, para torneios de fim-de-semana organizados pelo Inatel. Algum tempo depois tornou-se árbitro da Associação de Futebol de Portalegre, passando assim para o futebol oficial.
Aos 45 anos, idade limite para se ser árbitro, foi licenciado como árbitro nacional. Depois disso, esteve ainda um ano como observador, que, trocando por miúdos, são as pessoas designadas para pontuar os árbitros para se obterem as classificações finais no final da época.
Posteriormente, teve um convite da direcção da Associação de Futebol de Portalegre para integrar o Conselho de Arbitragem e, desde aí, é no dirigismo que se sente bem. Aliás, tal como diz, "tive algum orgulho enquanto árbitro mas sinto-me muito mais orgulhoso hoje ao ver árbitros que foram meus assistentes muito jovens, como é o caso do Paulo Baptista e do João Roque, e que hoje são os principais árbitros da associação". José começou como vice-presidente e, com a saída do presidente da altura, assumiu o cargo de presidente, que desempenhou durante 11 anos. Ainda durante esse período surgiu o convite para o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e aí é complicado, como se sabe a arbitragem é um bem que toda a gente quer, é o mal amado do futebol, é um órgão um bocado complicado mas é o mais disputado. Fiquei muito orgulhoso porque, em 97 anos que a Associação tem, no Conselho de Arbitragem da Federação fui eu o primeiro director a atingir esse objectivo", lembra, orgulhoso.
Esteve na Federação entre 2004 e 2007 e, como lembra, "tive sempre cargos que me deram entusiasmo, que foi a nomeação dos árbitros. Cheguei a ter as categorias todas do futebol, desde o feminino, camadas jovens, futsal. Levava semanas inteiras a trabalhar nas nomeações, o que deixou algum contentamento nos meus superiores, porque dizem eles que as contestações dos clubes diminuíram, e isso também se deve ao meu entusiasmo e ao meu gosto", adianta. O dirigente conta que, naquela altura, "foi quando rebentou o caso do Apito Dourado. Foi um bocado complicado porque o assunto ainda estava em brasa e houve depoimentos e isso tudo" lembra.
Depois disso, José voltou para o Conselho de Arbitragem da Associação porque "há aqui necessidade de pessoas, somos de um meio pequeno, há muita gente ligada à arbitragem mas que não mostra vocação para a continuidade", lamenta. Mais tarde, decidiu fazer um interregno e esteve afastado da Associação cerca de um ano e meio, voltando depois ao ser novamente convidado para a direcção do Conselho de Arbitragem. Nessa altura, Fevereiro de 2007, José convidou para a sua lista uma mulher porque, na sua opinião, "as mulheres reclamam o direito à igualdade e eu concordo, acho que temos que começar a trazer as mulheres para estes cargos".
Entretanto, já este ano, surgiu um novo convite para a Federação como membro do Conselho de Arbitragem e José Maria Blanco abdicou do cargo na Associação de Futebol de Portalegre, uma vez que não podia acumular as duas funções. A tomada de posse ocorreu no passado dia 19 de Agosto, na sede da FPF, e José vê este regresso "com muito agrado". Aliás, garante que até 2009, data do final do mandato, "vou empenhar-me e trabalhar como da primeira vez que estive na Federação. Até porque eu estou lá em representação da Associação de Portalegre, que eles é que me recomendaram", diz José. O membro do Conselho de Arbitragem da FPF afirma mesmo que "este foi um regresso pela 'porta grande', pela mesma porta que saí voltei a entrar. Se eu tivesse estado envolvido em situações menos claras, esta hipótese não surgia", frisa.
Apesar de já não estar à frente da direcção do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Portalegre, José garante que na Associação continuam a contar com ele "para dar conselhos e apoio porque devo muito também a esta direcção que sempre me acarinhou".
O gosto pelo que faz continua e José Maria Blanco Miranda acredita que, além da paixão que tem, para o sucesso muito contribuiu "o bom ambiente familiar e a compreensão por parte de todos eles".
Quando questionado sobre o sítio onde se sente melhor, Associação de Portalegre ou Federação, José não consegue escolher. "Essa pergunta é muito difícil, eu sinto-me bem em ambos os sítios. A Associação foi onde eu comecei, sempre me dei bem aqui com a minha malta, já a Federação é aquilo que qualquer árbitro ambiciona, é sem dúvida uma promoção e é uma satisfação enorme chegar lá porque é difícil", argumenta José. Conhecido por muitos como o 'guru da arbitragem', José vê a chegada à Federação como "um prémio por todo o trabalho e dedicação de uma vida".
No final da conversa, e em jeito de conselho de quem anda nisto há muitos anos, José deixa claro que "para quem gosta, vale a pena apostar na arbitragem".
Ana Nunes
Aos 45 anos, idade limite para se ser árbitro, foi licenciado como árbitro nacional. Depois disso, esteve ainda um ano como observador, que, trocando por miúdos, são as pessoas designadas para pontuar os árbitros para se obterem as classificações finais no final da época.
Posteriormente, teve um convite da direcção da Associação de Futebol de Portalegre para integrar o Conselho de Arbitragem e, desde aí, é no dirigismo que se sente bem. Aliás, tal como diz, "tive algum orgulho enquanto árbitro mas sinto-me muito mais orgulhoso hoje ao ver árbitros que foram meus assistentes muito jovens, como é o caso do Paulo Baptista e do João Roque, e que hoje são os principais árbitros da associação". José começou como vice-presidente e, com a saída do presidente da altura, assumiu o cargo de presidente, que desempenhou durante 11 anos. Ainda durante esse período surgiu o convite para o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol e aí é complicado, como se sabe a arbitragem é um bem que toda a gente quer, é o mal amado do futebol, é um órgão um bocado complicado mas é o mais disputado. Fiquei muito orgulhoso porque, em 97 anos que a Associação tem, no Conselho de Arbitragem da Federação fui eu o primeiro director a atingir esse objectivo", lembra, orgulhoso.
Esteve na Federação entre 2004 e 2007 e, como lembra, "tive sempre cargos que me deram entusiasmo, que foi a nomeação dos árbitros. Cheguei a ter as categorias todas do futebol, desde o feminino, camadas jovens, futsal. Levava semanas inteiras a trabalhar nas nomeações, o que deixou algum contentamento nos meus superiores, porque dizem eles que as contestações dos clubes diminuíram, e isso também se deve ao meu entusiasmo e ao meu gosto", adianta. O dirigente conta que, naquela altura, "foi quando rebentou o caso do Apito Dourado. Foi um bocado complicado porque o assunto ainda estava em brasa e houve depoimentos e isso tudo" lembra.
Depois disso, José voltou para o Conselho de Arbitragem da Associação porque "há aqui necessidade de pessoas, somos de um meio pequeno, há muita gente ligada à arbitragem mas que não mostra vocação para a continuidade", lamenta. Mais tarde, decidiu fazer um interregno e esteve afastado da Associação cerca de um ano e meio, voltando depois ao ser novamente convidado para a direcção do Conselho de Arbitragem. Nessa altura, Fevereiro de 2007, José convidou para a sua lista uma mulher porque, na sua opinião, "as mulheres reclamam o direito à igualdade e eu concordo, acho que temos que começar a trazer as mulheres para estes cargos".
Entretanto, já este ano, surgiu um novo convite para a Federação como membro do Conselho de Arbitragem e José Maria Blanco abdicou do cargo na Associação de Futebol de Portalegre, uma vez que não podia acumular as duas funções. A tomada de posse ocorreu no passado dia 19 de Agosto, na sede da FPF, e José vê este regresso "com muito agrado". Aliás, garante que até 2009, data do final do mandato, "vou empenhar-me e trabalhar como da primeira vez que estive na Federação. Até porque eu estou lá em representação da Associação de Portalegre, que eles é que me recomendaram", diz José. O membro do Conselho de Arbitragem da FPF afirma mesmo que "este foi um regresso pela 'porta grande', pela mesma porta que saí voltei a entrar. Se eu tivesse estado envolvido em situações menos claras, esta hipótese não surgia", frisa.
Apesar de já não estar à frente da direcção do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Portalegre, José garante que na Associação continuam a contar com ele "para dar conselhos e apoio porque devo muito também a esta direcção que sempre me acarinhou".
O gosto pelo que faz continua e José Maria Blanco Miranda acredita que, além da paixão que tem, para o sucesso muito contribuiu "o bom ambiente familiar e a compreensão por parte de todos eles".
Quando questionado sobre o sítio onde se sente melhor, Associação de Portalegre ou Federação, José não consegue escolher. "Essa pergunta é muito difícil, eu sinto-me bem em ambos os sítios. A Associação foi onde eu comecei, sempre me dei bem aqui com a minha malta, já a Federação é aquilo que qualquer árbitro ambiciona, é sem dúvida uma promoção e é uma satisfação enorme chegar lá porque é difícil", argumenta José. Conhecido por muitos como o 'guru da arbitragem', José vê a chegada à Federação como "um prémio por todo o trabalho e dedicação de uma vida".
No final da conversa, e em jeito de conselho de quem anda nisto há muitos anos, José deixa claro que "para quem gosta, vale a pena apostar na arbitragem".
Ana Nunes