Depois de algumas indecisões e esforços no sentido de garantir alguns patrocínios e apoios financeiros, a direção do Estrela de Portalegre decidiu ontem, em Assembleia Geral, pôr termo à equipa sénior de futebol. Dificuldades financeiras que já se arrastavam a algum tempo, nomeadamente a falta de pagamento a jogadores e receitas insuficientes, foram a principal razão da decisão.
O Estrela de Portalegre apresenta um passivo de 260 mil euros, situação que o corpo diretivo do emblema alentejano lamenta profundamente. Em declarações à Rádio Portalegre, João Martinho, Presidente do clube, mostrou-se triste. Resignado agradeceu ainda aos técnicos e jogadores pelo facto de se terem disponibilizado para jogar sem receber qualquer contrapartida financeira. O treinador principal da formação, Vítor Nozes, reagiu conformadamente à medida mas defendeu que não é só o futebol sénior o responsável pela situação financeira do clube.
Desde que a medida de terminar com a equipa senior é equacionada muitos jogadores cedo começaram a ser abordados por clubes da região. Gonçalo Pires, João Santos, Joel e Kolata são os nomes mais referenciados. A equipa ocupava o terceiro lugar da série B do Campeonato Distrital, com 18 pontos, a 3 dos líderes Campomaiorense e O Elvas. (21 pontos).
Recorde-se que o clube, com 91 anos de história, 34 e 24 presenças na II e III Divisões, respetivamente, teve o apogeu na época 2001/02. Nesta temporada o Estrela de Portalegre ascendeu à 2ª Divisão B, foi vencedor destacado da sua série, com 19 pontos de avanço sobre o Sertanense e bateu o recorde mundial de vitórias consecutivas homologadas (19), entrando mesmo para o “Guiness Book of Records”.