Kaz Patafta. O nome nunca fez eco no futebol português, a não ser àqueles mais atentos à formação. O australiano que passou pelas escolas do Benfica colocou um ponto final na carreira, com apenas 23 anos. Chegou a treinar com a seleção australiana, na altura orientada por Hiddink, revela que foi pretendido pelo FC Porto e, agora, diz que alcançou «mais do que imaginava» como futebolista.
Os encarnados descobriram-no Mundial sub-17, em 2005, no Peru. Patafta mudou-se para Lisboa, de imediato. «No espaço de um ano, estava a treinar com a primeira equipa, como jogadores como Simão, Nuno Gomes, Rui Costa», recordou em entrevista à Fox Sports australiana.
«Fiz um jogo de pré-época frente ao Estrela da Amadora, um momento que sempre vou guardar», continuou o australiano. «Ainda tenho essa camisola, mas aprendi depressa que a linha que separa o sucesso do fracasso é ténue», explicou Patafta.
Na entrevista, o antigo médio conta o resto da história. «Tinha quatro anos de contrato com o Benfica, o plano era evoluir no sistema de formação do clube, mas o Benfica decidiu seguir o modelo do Sporting, porque era o que tinha mais sucesso no país, naquela altura», afirmou.
«O Sporting emprestava os jovens jogadores a equipas de divisões mais baixas, para ganharem experiência e, por essa altura, surgiu-me a proposta do Melbourne Victory, que vinha de uma temporada de sucesso. Senti que era uma melhor oportunidade de evoluir e por isso regressei», referiu.
Antes, porém, o FC Porto fez-lhe uma proposta. «Na verdade, há uma parte de mim que olha para trás e sabe que essa teria sido uma grande oportunidade, mas achei que o meu tempo ia chegar», contou Patafta.
Agora, o antigo futebolista é um advogado que dá os primeiros passos na carreira. Quanto ao futebol, considerou que, no fundo, não era «suficientemente bom» e por isso não alcançou o estrelato. Mas acredita que, como futebolista, foi «mais longe do que alguma vez imaginara».